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História2018-09-27T15:40:13+00:00

Freguesia de Coutos de Viseu, localizada a 10 km a oeste da sede do concelho, é originária das extintas freguesias de Couto de Baixo e Couto de Cima, de acordo com a Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, tendo ficado originalmente com a designação de União das Freguesias de Couto de Baixo e Couto de Cima. Esta designação foi alterada em 2015, pela Lei n.º 47/2015, de 5 de junho. Assim a história de Coutos de Viseu reside nas suas freguesias de origem…que já foram também unidas no passado e constituíam um concelho…facto que simplificou o processo de agregação em 2013.

O documento mais antigo data de 961, isto é, do século X, e é referente a uma doação que D. Enderquina Palla, Senhora ligada ao Reino de Leão, faz ao Mosteiro de Lorvão, das suas “villas”, então conhecidas por Coutos de Viseu de Santa Eulália.

Mais tarde a mesma Senhora doa as sagradas relíquias depositadas no Mosteiro de Monjas de Speraindeo, existente nas margens da Ribeira de Asnos, nas proximidades do actual local de Mosteirinho ou do seu vale, a jusante da ponte ainda existente.

Estes antecedentes revelam-se bem e vieram até aos nossos dias. Em 06/01/1957 para a “Marcha” de um antigo cortejo de oferendas a favor da reconstrução da igreja de Couto de Baixo, constava a seguinte poesia:

“Nós somos o Mosteirinho

Que pertenceu ao Lorvão

Vimos trazer-vos, Senhor

Um pouco do nosso pão.

Perdoai, é poucochinho

Mas traz amor, devoção.”

Esta poesia é um depoimento escrito que traduz o que era considerado tradicional e histórico, a respeito dos coutos do Mosteiro do Lorvão, nestas paragens.

Couto de Baixo é uma povoação muito antiga e para comprová-lo existem, para além de elementos arqueológicos, como fortificados castrejos e edificações dolménicas, alguns topónimos, como é o caso de “Dade”, genitivo do nome pessoal “Datus”, ou seja, de uma “villa Dati”, Tarva, antigo “Talaba” certamente pré-romano, aparentemente de sentido geológico. O topónimo principal Couto de Baixo, foi assim atribuído porque formou esta povoação um couto do Mosteiro de Lorvão, juntamente com a vizinha de Couto de Cima, que de um modo geral, englobavam a área do que foi o concelho de Couto de Rio de Asnos do Mosteiro de Lorvão, tendo este último recebido foral novo de D. Manuel I atribuído a 8 de maio de 1514. Mais tarde, veio a integrar o concelho de Coutos de Santa Eulália ou Couto do Rio de Asnes até 1834

Couto de Baixo foi ainda uma abadia da apresentação alternada do Bispo de Viseu e do Mosteiro de Lorvão, porém, é conhecido um documento de 1090, de uma doação da Igreja de Santa Eulália de Couto de Baixo à Sé de Coimbra.

De povoação bastante remota, na área da atual Couto de Cima foram encontrados vários vestígios que atestam a antiguidade do seu povoamento. Os achados arqueológicos mais significativos de Couto de Cima são sem dúvida a anta da Lameira do Fojo e a anta de Repilau, localizadas em Lobagueira. A primeira data do Neolítico final, tratando-se de um dólmen de câmara poligonal e corredor desenvolvido. Ambos os dolmens se encontram protegidos como Imóvel de Interesse Público, por Decreto n.º 26-A/92, DR 126 de 01 de junho 1992. Também a toponímia local é um indício a ter em consideração ao analisar o passado histórico. Os exemplos mais significativos são sem dúvida: “Goduxo”, antigo Godoxi, genitivo de um nome pessoal de origem germânica e “Masgalos”, de origem pré-romana com sentido obscuro. Relativamente ao topónimo principal, “Couto de Cima”, tem origem no facto de outrora ter formado, juntamento com a freguesia de Couto de Baixo um vasto couto do Mosteiro de Lorvão, tendo sido acrescentado o elemento “de Cima” como forma de distinção entre ambas.

De salientar ainda que, as localidades de Portela, S. Cosmado e Masgalos (e possivelmente Lobagueira, uma vez que é feita referência no foral ao Felgar, local próximo de Lobagueira), aquando da existência do concelho de Couto de Rio de Asnos do Mosteiro do Lorvão integravam outro concelho, conforme várias fontes públicas o evidenciam. Assim, estas localidades pertenciam ao concelho de Barreiro, cuja sede era em Vil de Moinhos, o qual também recebeu o foral de D. Manuel I atribuído a 8 de maio de 1514.

Dade e o Goducho também integravam na mesma época o concelho de Viseu, cujo foral de D. Manuel I foi atribuído a 15 de dezembro de 1513.

Por volta do ano 1527, o concelho de Couto de Rio de Asnos do Mosteiro do Lorvão era constituído pelo Couto de Baixo (couto de fumdo) e este era sede do concelho, Couto de Cima (couto deçima), Carvalhais, Mosteirinho (mosteyroo etorna), cedofeyta e malijoga.